Este é um post diferente! É uma tradução que fiz do artigo “Five reasons to learn Delphi”, escrito por Jon Lennart Aasenden em seu blog, que gentilmente me autorizou a fazer esta publicação. É um texto longo, mas que vale a leitura! Eu pelo menos concordei com todos os pontos que o autor mencionou, o que me motivou a fazer a tradução. A partir daqui o que você vai ler são as palavras dele, simplesmente traduzidas para o português com pouca adaptação. O link para o artigo original está no final do posto. Boa leitura!
Há alguns dias eu tive um debate espetacular no Facebook. Como a maioria dos indivíduos que são ativos na comunidade de TI, minhas redes sociais estão cheias de publicidade para tudo quanto é conceito de TI que você possa imaginar. Ultimamente estes anúncios vem sendo sobre Machine Learning e IA (Inteligência Artificial). Ou deveria dizer, empresas usando estas palavras pra chamar a atenção para seus produtos. Não tenho visto IA sendo usada para vender sapatos ainda, mas é questão de tempo para que isso aconteça.
Existe também aquela coisa: sim, um jovem de 14 anos pode juntar um robô de chat com IA com o produto XYZ em 15 minutos. Mas isto não significa que ele/ela entende o que está acontecendo por de trás das telas. Certamente, o objetivo deve ser ensinar a estas crianças as habilidades que as beneficiarão por toda a vida.
Os que me conhecem também sabem que eu tenho esta tendência a falar o que quero dizer, mesmo quando eu devia ficar quieto. Por outro lado, isso também é o motivo pelo qual programadores e empresas me procuram, porque eu vou falar as besteiras e ajuda-los a evita-las. Isto é parte do meu trabalho, ajudar indivíduos e empresas que usam Delphi a escolher a versão certa para suas necessidades, obter os componentes corretos para seus objetivos – e mapear uma estratégia se eles precisarem alguma customização neles. Eu até vou mais afundo e faço alguma conversão de código se eles precisarem; depende do contexto.
Normalmente eu apenas ignoro publicidades que falam de “Cloud” ou “IA” em seu título, porque são basicamente iscas de cliques para não-desenvolvedores. Mas por algum motivo este anúncio em particular chamou minha atenção. Talvez tenha disparado o trauma de ter sido submetido às publicidades iniciais de Java durante o final dos anos 90, ou talvez tenha liberado a agressão latente de ser psicologicamente afogado pelo Microsoft Silverlight. Quem sabe?! 🙂
A propaganda foi sobre uma empresa Norueguesa, especializada em ensinar jovens a como se tornar desenvolvedores profissionais. Sabe aquelas publicações do tipo “Torne-se um guru em 3 semanas”? O que chamou a atenção foi o fato deles não oferecem um único curso envolvendo linguagens arquetípicas, e seus materiais giravam em torno de promessas simplesmente não verdadeiras. A única inteligência artificial envolvida era o mecanismo de publicidade do Facebook.
O ponto é – o mundo já tem a quantidade suficiente de programadores no nível desktop. O mercado de desktop e web está inundado de programadores com a capacidade de baixar bibliotecas, arrastar componentes em um formulário e se conectar a um banco de dados. O que o mundo realmente precisa é de mais programadores nas linguagens arquetípicas. E se você não sabe o que é isso, deixe-me fazer um breve resumo antes de continuarmos.
Linguagens Arquetípicas
Uma linguagem de programação arquetípica é aquela projetada em como o computador trabalha atualmente. Consequentemente, estas linguagens e ferramentas incorporam várias das seguintes propriedades:
- Ponteiros e acesso à memória pura
- Gerenciamento de memória tradicional, sem coleta de lixo
- Execução procedural e orientada a objeto
- Assembler inline
- Pouca ou nenhuma dependência externa
- Ligação estática (incorpora código pré-compilado)
- Código compilado pode operar sem uma infraestrutura de sistema operacional
- Adequado para desenvolvimento de kernel, driver, serviços, desktop, rede e nuvem
- Compilador que produz instruções de máquina para vários chipsets
Como na escrita existem apenas duas linguagens arquetípicas (atualmente 3, mas a linguagem assembly é específica de hardware, então vamos deixa-la para outro momento), chamadas C/C++ e Object Pascal. Estas são as linguagens que se usa para escrever todas as outras linguagens. Se você pensa em escrever seu próprio sistema-operacional do zero, apenas C e Pascal são adequados. É por isso que estas são as únicas linguagens que já foram usadas para criar sistemas operacionais.
Obviamente não estou sugerindo que todos aprendam Delphi ou C++ Builder para escreverem seus próprios sistemas operacionais – ou que você precisa saber assembly pra criar sistemas de pedidos; Estou simplesmente afirmando que a percepção e a habilidade que você obtém ao aprender Delphi e C/C++, mesmo que você só crie aplicações desktop, vai lhe tornar um programador melhor em todos os níveis.
Linguagens Otimistas
Linguagens de programação otimistas ou humanizadas estão por aí há tanto tempo quanto as linguagens arquetípicas. Basic é uma linguagem otimista, C# e Java são linguagens otimistas, Go e Dar são igualmente otimistas. Mecanismos de script como nojde.js, python e Erlang (se você perdeu o discurso épico de Scott Hanselman sobre o assunto, você vai curtir) são todas otimistas. São chamadas assim porque elas limitam o que o programador pode fazer, seja diretamente (como .net) ou indiretamente – para proteger o programador da dura realidade do hardware.
Uma “linguagem otimista” é tipicamente projetada para funcionar conforme os seres humanos gostariam que as coisas fossem (ou seja, “otimistas”). Estas linguagens dependem totalmente de uma infraestrutura existente para funcionar, e cada linguagem tende a focar suas tarefas específicas – deixando para se ramificar e ser mais genérica apenas ao longo do tempo.
Não há nada de errado com linguagens otimistas. Exceto quando elas são divulgadas para jovens estudantes como sendo de alguma forma superior ou equivalentes às linguagens arquetípicas. Isso é algo muito perigoso de ser feito, pois os professores têm a responsabilidade de preparar seus estudantes para a vida real. Não consigo nem contar a quantidade de vezes que vi jovens programadores recém formados conseguirem “o emprego” e, só então descobrirem que o coração do negócio, a missão crítica, está escrito em Delphi ou C/C++, que eles nunca aprenderam.
As pessoas não têm ideia de quanto do mundo moderno repousa nestas linguagens. É quase alarmante como é possível ser um desenvolvedor em 2019 e ter um ponto cego em relação a essas distinções. Não me entenda mal, não é culpa do estudante, muito pelo contrário. E estou feliz que as coisas estão começando a mudar para melhor (mais sobre isso a seguir).
O full stack original
De volta ao meu pequeno encontro; o que aconteceu foi que eu apenas fiz um comentário parecido com “porque não dar às crianças algo que as beneficiem por toda a vida”. Pra mim foi apenas um comentário onde eu estava de passagem, e eu devia ter ignorado; E assim que eu apertei enter foi quando um pequeno exército de guerreiros da internet apareceu para defender sua interpretação de “full stack” em 2019. Alheio ao fato de que exatamente o mesmo termo foi usado por volta de 1988. Acho que foi a Aztec ou a SAS-C que o emplacou. Não importa.
Longa história curta, terminei tendo uma conversa com estes adolescentes sobre como a tecnologia evoluiu nos últimos 35 anos. Não na teoria, mas como alguém que foi programador desde de que o C= 64 foi lançado. Também os introduzi às linguagens arquetípicas e pontuei as distinções que fiz acima. Você não pode comparar se não conhece as diferenças.
Eu não tenho problemas com outras linguagens, uso várias, e meu ponto era simplesmente que: se vamos ensinar algo a próxima geração de programadores, então vamos ensina-los os princípios atemporais e ferramentas em que nosso ecossistema repousa. Precisamos ter de volta o Delphi e o C/C++ nos currículos, porque isso, por sua vez, ajudará os estudantes a se tornarem programadores melhores. Não importa com o que eles trabalharão depois, porque com o entendimento fundamental no lugar, eles estarão mais preparados. Ponto.
Você será um programador Java melhor se você aprender Delphi primeiro. Você será um programador C# melhor se você aprender Delphi. Assim como na natureza, a computação também possui camadas de complexidade. E entender como cada camada funciona e quais as leis existem nelas terão um impacto gigantesco em como se escreve código de alto nível.
Tudo isso foi bom e os guerreiros da internet pareciam um pouco confusos. Eles não estavam preparados para uma conversa atual. Então, o que começou um pouco complicado acabou se tornando uma conversa significativa e agradável. E falando em educação: estou feliz em dizer que duas universidades da Noruega agora possuem estudantes usando Delphi novamente. O que é um passo na direção certa! Pessoas estão redescobrindo o quão produtivo é o Object Pascal, e porque a linguagem permanece sendo o pão com manteiga de muitas empresas no mundo.
Pirataria, a hidra dos problemas
O que mais me afetou durante a conversa com esses jovens programadores foi que eles praticamente não tinham qualquer contato com Delphi ou C/C++. Do ponto de vista educacional isso não é apenas alarmante, mas uma emergência intelectual. O único conhecimento que eles tinham sobre Delphi era um boato absurdo.
Mas depois de um tempo eu finalmente descobri de onde vinha a informação! O Delphi 7 está sendo pirateado em massa até hoje. Por algum motivo estranho ele é muito popular na Ásia (a maior parte dos IP’s de torrent eram de lá quando eu os pesquisei). Portanto os jovens baixavam o Delphi 7 que é antigo para qualquer padrão, e a primeira experiência que tinham era de incompatibilidades. O que acontece é esperado, já que o Delphi 7 foi lançado há muito, muito tempo. Mas esta é a impressão que fica com eles depois de terem baixado um destes pacotes crackeados, ilegais.
Eu baixei um destes pacotes “prontos para uso” para dar uma olhada mais de perto, e ele continha pelo menos 500 componentes de terceiros comerciais. Tinha o pacote completo de componentes da TMS, DevExpress, Remobjects, ImageEN, FastReports, SecureBlackBox, Intraweb – dezenas de milhares de dólares em código. Com um fator muito óbvio: ambos Delphi 7 e componentes estavam muito desatualizados. A Microsoft sequer suporta mais o Windows XP, foi escrito no início da idade do bronze.
Então a realidade da situação era que estes jovens programadores nunca tinham visto um Delphi moderno em suas vidas. Em sua mente, Delphi significava Delphi 7, que eles podiam baixar praticamente em todo lugar (o que é ilegal e cheio de vírus, que fique bem claro). Não admiro que haja confusão sobre o assunto (!).
Eles ficaram muito felizes em aprender sobre a edição Community, assim no final eu pelo menos os fiz despertar sobre as funcionalidades maravilhosas que o Delphi moderno traz. A edição Community foi algo fantástico; o número de membros juntando-se a comunidade Delphi Developer no Facebook praticamente dobrou desde que esta edição foi lançada.
Alguns dos estudantes foram até o site da Embarcadero e baixaram a edição Community, e ficaram de queixo caído. Eles nunca tinham visto um ambiente de desenvolvimento como este antes!
Me dê 5 bons motivos para aprender Delphi
À luz deste episódio, pensei que eu poderia compartilhar cinco razões pela qual Delphi e Object Pascal continuam sendo minha linguagem de programação principal.
Não tenho qualquer problema em mergulhar em JavaScript, Python ou qualquer outra coisa que a situação peça, mas quando se trata de processamento de dados de missão crítica e serviços de dados que precisam funcionar 24/7; ou soluções embarcadas onde picos de CPU simplesmente não podem ser tolerados, é para o Delphi que eu volto.
Estes cinco motivos são os mesmos que eu dei aos jovens, então aqui vai.
1. Grande profundidade e envergadura
O Object Pascal, onde o Delphi é o dialeto mais propenso, é uma linguagem fantástica. No fundo há pouco diferença entre C/C++ e object pascal em termos de funcionalidades, mas a sintaxe do object pascal é mais produtiva do que a do C/C++ (em minha humilde opinião).
Atualmente Delphi e C++ Builder compartilham bibliotecas de tempo de execução (existem duas delas, a VCL que é específica para Windows, e o Firemonkey, que é independente de plataforma). Os programadores frequentemente misturam e combinam códigos entre estas linguagens, de forma que componentes escritos em Delphi podem ser usados no C++ Builder, e bibliotecas escritas em C podem ser consumidas e linkadas em um executável feito com Delphi.
Um “fato” interessante: as pessoas imaginam que o Delphi é velho. Mas a linguagem C é na verdade 3 anos mais velha que o pascal. No passar dos anos estas linguagens tiveram evoluções lado a lado, e a Embarcadero (que faz o Delphi e o C++ Builder) trouxe para o Delphi todas as funcionalidades interessantes que se espera em uma linguagem moderna (coisas como generics, inline variables, anonymous procedures – está tudo lá). Portanto, este mito de que o Delphi é de alguma maneira desatualizado ou inadequado é somente isso – um mito.
E ainda há um bônus! Assim como C/C++, o Delphi representa um currículo e uma linhagem que abrange décadas. Pare um segundo e pense sobre isso. Esta é uma linguagem que evoluiu para resolver desafios técnicos de todos os tipos concebíveis por décadas. Isto significa que se pode botar alguma fé no que a linguagem pode entregar.
Existem milhões de desenvolvedores Delphi no mundo; estimados 10 milhões, na verdade. A linguagem está na 11ª posição no ranking TIOBI das linguagens; está em constante desenvolvimento com um roadmap claro e um cronograma – e é usado por pequenas e grandes empresas como a base para seus negócios. Até mesmo o governo norueguês confia no Delphi. O sistema que gerencia as mensagens de cuidados com a saúde para a população norueguesa é puro Delphi. É processamento de dados para 5,2 milhões de indivíduos.
O Object Pascal não apenas resistiu ao tempo, mas inovou. Assim como C/C++, o object pascal tem uma envergadura que vai do assembler aos serviços do sistema, de mecanismos de banco de dados a aplicações desktop – e do desktop até Cloud e tecnologias web essenciais.
Sendo assim, a primeira boa razão para aprender Delphi é sua profundidade. Delphi suporta a pilha nativa, de drivers a nível de kernel a mecanismos de banco de dados de alta performance – até aplicações desktop. Também é excepcionalmente adequada para serviços em nuvens (para ambos Windows ou Linux).
2. Fácil de aprender
Eu mencionei que o Delphi é poderoso e possui a mesma profundidade do C/C++, mas então porque aprender Delphi e não C++? Bem, a linguagem (object pascal) foi especialmente construída para a legibilidade. Concluiu-se que o cérebro humano reconhece mais rapidamente as palavras do que os símbolos ou as imagens – portanto é mais fácil ler um código pascal complexo do que um código C complexo. Contudo, é pessoal (cada um tem seu gosto).
Object Pascal também é muito declarativo, com o mínimo possível de fatores desconhecidos. Isto ensina as pessoas a escreverem código limpo e ordenado.
E talvez meu favorito, um arquivo de código pascal contém ambas seções interface e implementation. Sendo assim, você não precisa escrever um segundo arquivo .h, o que é comum em C/C++.
Se você já conhece POO, seja em Java, C#, Rust ou qualquer outra coisa, aprender Delphi será moleza. Você já sabe sobre classes, interfaces, generics, operator overloading – e pode praticamente pular para gerenciamento de memória, ponteiros e estruturas (records no pascal, struct no C).
Dê uma olhada no Embarcadero Academy e faça um curso, ou compre alguns bons livros de Delphi na Amazon. Baixe a edição Community do Delphi e você estará pronto bem rápido.
Lembre-se também de se juntar à comunidade Delphi Developer no Facebook, onde milhares de programadores ativos conversam, ajudam uns aos outros e compartilham soluções 24/7.
3. Suportar múltiplas plataformas
Com Delphi e C++ Builder é muito fácil suportar múltiplas plataformas atualmente. Você pode suportar Android, iOS, OS-X, Windows e Linux com um único código fonte.
Me diga, você vai escrever uma versão de sua aplicação em Java, uma segunda em C#, uma terceira em Objective-C e uma quarta em Dart? Pois esta é a realidade que você encontrará se planeja usar as ferramentas oferecidas por cada fabricante dos sistemas operacionais. É muito tempo, dinheiro e esforço apenas para colocar seu produto nestes mundos.
Com Delphi você pode estar em todas as plataformas ao mesmo tempo, com código nativo, reduzindo o tempo para estar no mercado e obter os retornos do seu investimento.
Você também vai aproveitar de uma ótima performance no código otimizado LLVM que o Delphi compila para as plataformas móveis.
4. Rica base de código
Dizem que o benefício da idade é a sabedoria; imagino que o equivalente na computação é uma grande e rica coleção de componentes, bibliotecas e códigos ad-hoc que você pode incluir em seus projetos ou simplesmente estudar. Você pode pesquisar no Google sobre qualquer assunto, e lá estará um código Delphi. GitHub, BitBucket e Torry’s Delphi pages estão repletos de frameworks open-source que abrangem de núcleos de compiladores, midi interfaces, desenvolvimento de jogos a soluções de cluster de servidores multi-threaded. Comece a procurar e você encontrará.
Existe também uma longa lista de parceiros tecnológicos que produzem componentes e bibliotecas para Delphi – e como mencionado anteriormente, você pode linkar código C compilado uma vez que você aprende o caminho.
Oh, e quando eu mencionei antes sobre bancos de dados não falava apenas dos bancos tradicionais. O Delphi te dá cobertura com todos eles, não se preocupe – mas estou falando também sobre criar mecanismos de banco de dados do zero. Existem vários mecanismos de banco de dados que foram puramente em Delphi. O ElevateDB é um exemplo. O Delphi também vem com o InterBase e InterBase-light (embarcado e mobile), dando assim fácil acesso a soluções de armazenamento de dados. Existe ainda o FireDAC, que permite se conectar diretamente com os bancos de dados – e novamente, uma grande variedade de soluções gratuitas e comerciais.
5. Velocidade e Técnica
O que eu amo sobre Delphi e C++ é que seu código, ou a forma como você escreve o código, impacta diretamente os resultados. A arte da otimização é raramente um fator em algumas das linguagens novas e otimistas. Mas em uma linguagem nativa pode-se usar técnicas tradicionais que são eternas, ou talvez mais interessante: explorar caminhos de alcançar o mesmo com menos.
Como linguagem nativa, Delphi e C++ produzem executáveis rápidos. Mas eu amo como sempre há espaço para suas próprias técnicas, seus próprios componentes e bibliotecas.
Precisa escrever um driver? Bem, de repente a velocidade se torna um fator muito importante. Um coletor de lixo pode ser desastre, porque ele será executado em intervalos e causará picos de CPU. Talvez você queira escrever um compilador, ou um sólido mecanismo de scripting? Que tal linkar o motor JavaScript V8 diretamente em seus programas? Tudo isso é bem simples com Delphi.
Portanto com Delphi eu consigo o melhor dos dois mundos, eu uso o bisturi quando as necessidades são delicadas, e eu uso a motosserra para cortar o trabalho tedioso. Coisas como o Binding de propriedades são como um presente de Deus. Esta é uma técnica onde você pode visualmente ligar propriedades de quaisquer componentes juntos, quase como eventos, e criar uma cadeia de cause e feito. Assim, se um valor mudar em uma propriedade ligada, isso aciona tudo que está ligado a ela e assim sucessivamente – muito legal!
Então você pode criar uma aplicação de banco de dados completa, com grid e navegação, sem escrever uma única linha de código. Isto é apenas um exemplo simples, você pode fazer muito mais – e economizar muito tempo.
E ainda quando você realmente precisa escrever código de alta performance, ou construir aquele framework matador que vai diferenciar sua empresa das demais – você tem esta liberdade!
Se você ainda não conferiu o RAD Studio, peça um trial gratuito no site da Embarcadero. Você vai ficar maravilhado e descobrirá porque o Delphi e o C++ Builder são tão amados.
Artigo original em: https://jonlennartaasenden.wordpress.com/2019/02/08/5reasons
E você? Concorda com os argumentos do autor? Você retiraria algum motivo da lista dele? Adicionaria algum outro? Fale aqui nos comentários! 😉
Ainda tem a versão o Community gratuitamente..
Pois é, Vyttor! É só baixar e começar! 😉
Obrigado pela interação!
Sensacional matéria. Obrigado por traduzir.
Que bom que gostou, Wilson! Eu que agradeço pela interação!
Perfeita definições. Parabéns pela iniciativa. Tamo junto.
Mas infelizmente o que anda “espantando” as empresas e automaticamente o abandono do Delphi nas Universidades é o formato de comercialização 🙁 Além das lendas e modismo.
Obrigado pelo comentário, Tiago!
De fato os modelos de comercialização não foram sempre favoráveis, mas hoje em dia o cenário é diferente. Com menos de 3 mil reais por ano qualquer universidade tem direito a 500 licenças de todos os produtos Embarcadero, para laboratórios, professores e alunos. E se a instituição for pública ela nem precisam pagar!
Para aqueles que estão saindo da faculdade ou começando uma Startup existe a edição Community, totalmente gratuita. Sim, ela tem algumas restrições, mas te permite criar um API/servidor de aplicação (com webbroker), uma aplicação Desktop e uma App. Isso sem considerar componentes de terceiros e projetos Open Source.
Quanto às lendas, cabe a nós que conhecemos a verdade mostrarmos a realidade ao pessoal. Pelo menos é isso que estou tentando fazer! =) …e pode contar comigo!
Tudo tem seus prós e contras… o Delphi ganhou muito mercado meio que graças a essa pirataria. Claro que chega um momento em que é necessário parar com a brincadeira e partir para o profissionalismo, e talvez este seja o problema, a falta de profissionalismo. Trabalho com Delphi a um bom tempo, inclusive com Universidades e Faculdades. A produtividade das ferramentas (que acompanho desde o Delphi 3) é incrível, porém, em algum tempo depois do Delphi 7 a impressão que tive é que as coisas meio que estagnaram e isso iniciou uma queda no uso e popularidade do Delphi, juntamente é claro, com modas que surgiram. Web era um ponto que ganhava espaço e usar o Webbroker, WebSnap ou Intraweb na época era crítico. intraweb na época trabalhava relativamente bem com o IIS, mas no apache (servidor web mais famoso na época) era meio caótico: com pouca coisa a aplicação derrubava o servidor, mesmo modularizando e usando datasnap. Websnap tinha pouco material e webbroker tinha que reconstruir do zero (incluindo sistemas de controle de sessão). O pessoal esqueceu que a ferramenta evolui, ou simplesmente se acostumou com as novidades que aprendeu. Ao trazer o Delphi mais recente para uma sala de aula, vi a dificuldade em trazer conceitos a um conjunto de alunos cada vez mais acostumados com “facilidades”: com uma ou duas linhas de comando tinham um CRUD feito, com bom desempenho e telas apresentáveis (na web). Já o delphi saiu um pouco daquela “zona de conforto”, de um simples “arrastar e soltar” para edições para profissionais de código, o que espantou parte dos iniciantes. Um fator pouco divulgado é este que você Kelver apresentou, sobre a gratuidade das ferramentas para instituições públicas de ensino superior, ou a valores bem baixos para instituições pagas; É uma boa, mas pouco divulgada e, na realidade brasileira, pouco efetiva: parte dos novos cursos de tecnologia são em instituições particulares, com professores que aprenderam com outras ferramentas. Levar o delphi para uma administração, indicando ser uma excelente ferramenta, mas apresentando um custo inicial, pode complicar o processo. Uma ideia legal seria os modelos aplicados por outras empresas de TI, que vendem a baixos custos (ou realmente doam as ferramentas para faculdades, como é o caso da Microsoft, Google e outras) e fornecem treinamentos gratuitos visando popularizar ainda mais. No mais, um abraço, faz tempo que não interagimos (me afastei um pouco da área comercial de desenvolvimento indo pra área de otimização de código e complexidade de algoritmos).
Marcos Thomazs
Grande Marcos, já faz uns dias que a gente não troca ideia, não é mesmo? Bons tempos de fórum! 🙂
Gostei de ler seus argumentos. Realmente houveram fatores ao longo dos anos que “ajudaram” o Delphi a perder mercado, especialmente com relação à Web.
Por outro lado a ferramenta evoluiu muito, não podemos negar! Desde a IDE em si à recursos de linguagem!
E os compiladores então? Suportar Win32, Win64, Mac OS-X, iOS32, iOS64, iOSSimulator (sim, existe um compilador só pra isso), Android e Linux64, tudo com um único código, não é pouca coisa!
A “briga” agora é mostrarmos o cenário atual para o pessoal, para verem que é possível ser RAD e, com qualidade, atender as demandas mais modernas do mercado.
Obrigado pela ótima discussão.
Um forte abraço!
Olá Kelver!!
Yufo que está trasquito no texto estou de pleno acordo; Vi e vivi os altos e baixos do Delphi e felizmente ele resiste. Não sou programador profissional posso me considerar um pesquisador pois tudo em TI eu pesquiso, mas o Delphi nem precisei pesquisar muito para saber que eu iria ter rapidez no que precisava desenvolver. Tentei utilizas outras linguagens e ferramentas mas nao me adaptei ate hoje. Com essa última versão do community ficou bem melhor e claro tem espaço para melhorar muito mais.
Um forte abraab!!!
Muito bacana o artigo, me deu uma visão interessante sobre a linguagem. Parabéns !!
Muito obrigado, Leandro!
Ótimo !